Realismo e RPG, o quão real precisa ser seu jogo

Saudações a todos, estou envolvido em varias coisas e isso me faz postar menos aqui, o tema que decidi abordar hoje é o realismo que uma aventura (ou cronica caso você seja um jogador de Vampiro) precisa. Muitos enfaticamente podem dizer que nenhum afinal dragões e vampiros nem existem quiça precisariam justificar os poderes deles, mas será mesmo?

Realidade "de menos"

Grande parte da cultura pop é recheada de situações inverossímeis que dependendo do contexto são até bem vindas como animes, comédias e filmes de ação, mas mesmo esses precisam definir limites em seu próprio contexto pois cairão na famosa suspensão de descrença.

Então é fácil definir que não há crime maior para a obra que criar uma regra implícita como "androides tem a força de 10 humanos" nessa mesma obra eles são vistos arremessando fogões com uma mão, entortando barras de ferro, levantando carros, ai em dado momento alguém trava uma porta e sai correndo e o androide tem muita dificuldade em superar o obstaculo, pois quem travou a porta foi o protagonista.

Situações assim são comuns no RPG, embora nesses casos se lide com blocos de estatísticas e dados, então o destino não vai favorecer os heróis porque o destino quis, mas sim porque a mecânica trata o jogo com o videogame de papel, no caso um ogro tem muito mais benefícios em um combate com sua grande força do que empregando ela de forma muito mais engenhosa que bater com uma clava.

Magia é um caso a parte, exigir que ela faça sentido é como enfrentar moinhos de vento, mas são inúmeros os casos de efeitos que são menos poderosos que deveriam.

 • Bolas de Fogo deviam arregaçar com tudo estourando portas e incendiando roupas independente de estarem vestidas ou não;
• Telecinese com sua força capaz de levantar 500kg tinha capacidade de fazer muito mais estrago que aquele dano miserável dela;
• Sono poderia proporcionar uma chacina se existissem “golpes de misericórdia” no D&D 5E (os da 3° edição não eram tão empolgantes assim);

Realidade "de mais"

Óbvio que existe a outra ponta da corda, e esse com menos paralelos no cinema já que o lance de Hollywood é iludir pessoas, mas existem muitas produções de diferentes mídias que focam no realismo sendo até meio frustrantes. Esse é o ponto frustração.

Perder um personagem de nível alto com uma espadada é frustrante, por outro lado um PJ com uma M16 em uma campanha moderna pode massacrar umas 5 pessoas em segundos, tal como a realidade. Joguei uma aventura em GURPS em que tomei um tiro na 1° sessão, meu personagem ficou muito tempo de molho, pois a recuperação foi muito sofrida (ainda bem que sequelas não estavam sendo consideradas).

Realidade gera uma "segurança" ao saber que irá lidar com dados mais verossímeis o mestre e os jogadores pensam de forma diferente, favorecendo golpes em pontos letais, combatendo a distancia sempre que possível, emboscando e principalmente evitando combates.

Roleplay e exploração são dois pontos em que o realismo pode ser notado, afinal essa preferencia sórdida por se trancar em masmorras cheias de armadilhas parece mais masoquismo que autopreservação. E o que falar de masmorras povoadas por criaturas que se odeiam e se matariam na primeira oportunidade. Além das questões econômicas afinal se uma pequena aldeia tiver um comerciante de itens mágicos:

• Quem consegue garantir a segurança dele para ele continuar no ramo?
• Um cara com 3 espadas magicas e 20 poções sobrevive a quanto tempo sendo um pdm com 5 pvs?
• Todo comerciante deveria ser um pdm épico?