Análise: Assault of the Giants, um jogo de "macroaturas" - ReverTherio - RPG e Variedades

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Análise: Assault of the Giants, um jogo de "macroaturas"

Saudações a todos, recém adquiri esse jogo e decidi estrear aqu  fazendo uma análise dele usando as minhas palavras e descrevendo as minhas impressões sobre o próprio, vou apresentar minhas opiniões na forma de Tema, Qualidade e Jogabilidade.

Tema




O tema do jogo faz referência direta a aventura Storm King’s Thunder do D&D 5E, onde as raças de gigante (Tempestade, Nuvens, Gelo, Fogo, Pedra e Colinas) disputam qual será a raça mais poderosa num sistema de castas chamado de Ordining criado por Annam The All Father o maior e mais antigo deus dos gigantes, os Ordinings são como "pontos de vitória" que os jogadores ganham de diversas formas sendo uma das principais o combate, porem cada raça tem seus próprios objetivos e sua forma de jogar que reflete bem no conceito original da raça do D&D e influência no modus operandi usado para tentar vencer o jogo, pois as habilidades são bem assimétricas, os líderes e objetivos de cada raça são:


Storm Giants: A líder dos gigantes da tempestade é a Princesa Serissa, o objetivo dela é resgatar seu pai Rei Hekaton e Localizar e matar o Dragão azul Iymrith, responsável tanto pelo aprisionamento do rei e quanto pelo assassinato de sua esposa Rainha Neri, é a meu ver o objetivo mais complexo do jogo, porém nivela bem com o nível de poder dos gigantes da tempestade.



Cloud Giants: A líder dos gigantes das nuvens é a Condessa Sansuri, o objetivo dela é adquirir artefatos conhecidos como "Trove of Dragon Magic" e usar o poder deles para sobrepujar a Princesa Serissa e manter os gigantes das nuvens no topo do Ordining, Ela faz uso de um castelo voador chamado Lyn Armaal o que aumenta muito a mobilidade dos gigantes das nuvens no mapa, é um objetivo não muito complexo haja vista que ela pode cumprir ele sem precisar fazer grandes incursões no mapa e mesmo que tivesse de faze-lo ela contaria com o castelo para isso.



Fire Giants: O líder dos gigantes do fogo é o Duque Zalto, o objetivo dele é se vingar dos dragões que foram a praga dos gigantes de fogo por incontáveis eras, para isso ele ocupou as forjas em Ironslag e roubou o fogo primordial dos anões conhecido como Maegera para com ele forjar um titã de metal matador de dragões conhecido como Vonindod, esse é um objetivo de complexidade mediana, pois envolve um certo tempo e algumas incursões no mapa, porém depois de construído o Vonindod é uma maquina de matar (literalmente) o que torna os gigantes de fogo bem difíceis de encarar.

Frost Giants: O líder dos gigantes do gelo é Jarl Storvald, o objetivo dele é localizar um artefato chamado Ring of Winter (conhecido como "Ice that never melts" pelos gigantes de gelo), para com isso cobrir o mundo com um inverno eterno e ser a raça de gigante mais poderosa, achei este o objetivo mais genérico dos gigantes tanto em mecânica quanto pelo clichê do "inverno eterno", mas em grau de complexidade ele esta no mesmo nível dos gigantes de fogo, porem sem um super golem como recompensa.


Stone Giants: A líder dos gigantes de pedra é Thane Kayalithica, o objetivo dela é devastar os povos humanos da superfície (pois os gigantes de pedra vivem em lares subterrâneos localizados em Deadstone Cleft) a crença dos gigantes diz que o mundo superior faz parte de um terrível pesadelo "ilusório" cabendo aos gigantes de pedra a missão de sair de seus lares subterrâneos para restaurar a realidade do mundo e se tornar a raça do topo do Ordning, o objetivo dos gigantes de pedra é fácil dependendo do número de jogadores, pois eles não precisam devastar mais de 3 Smallfolks (como são conhecidos os reinos de humanos, anões, elfos, etc.) podendo se estabilizar em posições estratégicas e se aproveitar da defesa alta da raça pra administrar uma posição vantajosa até o fim do jogo.



Hill Giants: A líder dos gigantes das colinas é a Chefe Guh, o objetivo dela é se tornar a maior gigante de todas (pode se ver que ela esta muito bem encaminhada nesse quesito), para os gigantes das colinas, tamanho é a única coisa que mede o poder, para cumprir seu objetivo a Chefe Guh se casou com TODOS os machos da sua tribo e ordenou a seus maridos para que eles lhe tragam comida, esta é uma raça com um objetivo bizarro e não muito difícil de completar, eles se localizam no centro do mapa então devem ter mais dificuldade de lidar com as pressões dos oponentes do que com as de seu "nobre" objetivo.



Os objetivos e a ambientação do jogo foram um grande chamariz para min, isso por si só já valeu a compra, se não fosse o tema o jogo perderia muito, por mais que ele tivesse outras qualidades técnicas também.



Nota final do quesito tema: 10

Qualidade


Bom o jogo vem em uma caixa enorme, esta ocupada quase totalmente pelas 15 miniaturas e seu insert, miniaturas de excelente qualidade e numa escala bem condizente umas com as outras, as mini dos giantslayers são bem pequenas e aparentam ser frágeis, mas nada com o que se preocupar, os tokens são muito bem feitos, não são do tipo que "desbeiça" com o uso e tem uma película nas imagens que preserva a ilustração sem desgaste (ao menos os tokens das unidades), as cartas que são um dos cernes do jogo estão numa qualidade ok, preferia que fossem bem caprichadas porem não apresentam nenhum defeito de design ou qualidade (mas não me arriscaria a jogar sem sleeves, e obviamente que as cartas com sleeves não cabem mais no insert).




O mapa é belo grande e bem detalhado, algumas pessoas em fóruns gringos relatam que as cores são confusas, porém não acho que seja o caso. Minha curta carreira de "boardgamer" diz que componentes não são o principal quesito de um jogo (a menos que sejam muito ruins), as miniaturas poderiam ser substituídas por tokens (assim como os tokens poderiam ser substituídos por mais miniaturas) resumindo; elas apenas embelezam o jogo que por si só já é uma coisa ótima, fico pensando se existiria uma forma delas serem mais utilizadas.



Nota final do quesito qualidade: 9

Jogabilidade


Este quesito é onde ele brilha mais, o jogo pode ser classificado com o "wargame" assim como um Game of Thrones ou Runewars mudando apenas o tema para gigantes, mas com as mecânicas de "cartas de ação" e "questing" da forma que foram implementadas ele se distancia de outros jogos e fica sendo considerado por alguns como um "semi euro ameritrash" (Talvez o caminho do Scythe, porem com mais pancadaria e menos peões), a mecânica principal é a de cartas de ação, ou seja, você desempenha suas ações através de cartas que joga todos os turnos elas possuem um efeito imediato e a segunda parte do texto é um complemento a carta que é proporcional a quantas cartas foram jogadas antes (ou depois em alguns casos) ex: Gigantes da tempestade -> Mover realize até 3 movimentos de unidades +1 movimento para cada carta lançada antes dela, ou seja, se forem lançadas outras 2 cartas antes dela o jogador poderá realizar 5 movimentos de unidades.




Além disso o jogo conta com cartas de recursos e magias que além de dar bônus de combate, tem efeitos diversos que podem ajudar no cumprimento das missões.







Uma peculiaridade do jogo se faz com o comando Rest, ele permite que você cure um gigante ferido e execute ações dos matadores de gigantes fazendo eles surgirem no mapa e atacar qualquer jogador (menos a si próprio), dessa forma eles atuam como um elemento neutro punindo jogadores que deixem algum lugar mal protegido (por mais que sejam fortes eles não encaram um esquadrão poderoso).



Outro ponto muito positivo é o combate que se faz através de rolagens de dados mais os bônus oriundos de cartas de ação magias e artefatos, sendo ele dinâmico e bem estratégico, não me recordo de ver algo parecido com isso em outro jogo.


Nota final do quesito jogabilidade: 10



Considerações finais




O jogo me agradou muito, mas não é perfeito, depende de mesa, idioma, pode ter um tempo longo de partida, existe um fator sorte (cartas e dados) e também o fato dos gigantes jogarem de forma assimétrica deixa a impressão deles serem desequilibrados (apenas impressão, nada concreto), de resto é um baita jogão para 6 players cujos turnos transcorrem rápido (afinal é lançar um card resolver seu efeito, sendo que na maioria dos casos nem resulta em combate).


Indicado para quem gostou de: Game of Thrones, Runewars, Conquest of Nerath, Blood Rage, Cyclades, Kemet


Tenham todos um ótimo dia......



Abraços

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